COMPANHIA PARA TREINO, TER OU NÃO TER.
- Denise Polonio

- 13 de mar. de 2015
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de out. de 2020

Sexta-feira à noite, dou uma olhada na previsão do tempo que indicou 60% de possibilidade de chuva para o sábado de manhã. Confesso que muitas vezes comemoro a chuva ao acordar e não é exatamente pela tão almejada subida dos níveis da Cantareira (uma das represas que abastecem a cidade de São Paulo e que anda nos preocupando muito ultimamente).
Quando a preguiça está no comando, qualquer motivo que abale as condições ideais para se treinar é justificativa para continuar na cama, nem que seja por só um pouquinho mais. Mas com 24km a mandar para a conta, teria de fazê-lo debaixo de chuva mesmo. Acordei com um sábado cinzento- aliás digno e muito propício à introspecção e reflexões que fariam inveja a qualquer filósofo existencialista. Mas sem chuva, o que desta vez foi devidamente comemorado, levantei sem muito pesar (ou pensar) e fui.
Cheguei às 6:45am na base da assessoria esportiva onde treino na USP e lá encontraria com minha companheira de objetivo que é fazer a Maratona do Sol da Meia Noite. Dez minutos se passaram e nada da Amanda. Pensei, com este tempo de espera eu já teria encurtado a distância por volta de 2 kms e resolvi sair sozinha. Fiz minha primeira volta de 8Km com a USP bem vazia ainda e com uma novidade no campus que foi a tentiva de se ordenar o "caos" entre os diversos usuários que ao sábados, rompem com suas bicicletas e seus tênis, a feição sisuda deste emblemático campus universitário.
Completada a primeira volta, encontro na base minha amiga que lá me esperava para iniciar seu treino e parto com ela para as duas voltas remanescentes. Correr em companhia de outro, especialmente em treinos de longa distância é bom mas é ruim. Bom, porque você sente que não está só naquilo que para muitos soa absurdo, exagerado ou pura idiotice mesmo (risos). Mas ruim também porque tendemos a nos deixar levar por um ritmo que muitas vezes não é propriamente o nosso, o que para um treino longo pode ser "fatal". Posso dizer que para mim, o pace médio de 6:16 min/km foi bom, pois corri de modo razoavelmente confortável terminando cansada, logicamente, mas bem a ponto de não comprometer o resto do sábado e do final de semana. Não sei bem como foi para minha amiga mas tive a impressão em certos momentos, de que não tinha sido tão bom para ela quanto fora para mim... Seja lá o que for, a corrida tem destas coisas. Ficamos atentos a nós mesmos de modo que reflexões Lacanianas sobre o grande Outro (não exatamente existencialistas como disse à princípio, mas estruturalistas) exercite algo além de nosso corpo.

Obrigada Solange pela recepção na base, ao término do treino e pelo meu querido treinador Marcus Vinicius por estar sempre atento e por me lembrar de que é preciso acertar o ritmo!




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